Texto: Adriano da Rocha
Fotos: Eduardo Ketelhuth
Funcionários da Usina Ester começaram a demolição na manhã desta quarta-feira, segundo operários as ordens são para que até o final do mês de Dezembro o Palacete esteja totalmente demolido. |
Há meses passados publicamos em nosso perfil no Facebook sobre a suposta e não confirmada demolição do centenário "Palacete irmãos Nogueira" na Usina Ester, a noticia era desconhecida até então por grande parte dos funcionários da Usina, no começo do mês de Novembro a noticia foi oficializada pela direção da Usina em declarados dizeres as nossas constantes indagações de respostas a direção: "Sim o Palacete será demolido e nada infelizmente pode ser feito contra isso, as ordens e o consentimento para a demolição são da própria família Nogueira”. No mesmo dia que recebemos a noticia que o Palacete seria demolido publicamos nas atualizações de perfil do Facebook, causando a revolta e a emoção de todos, gerando compartilhamentos e comoção em toda cidade através da triste noticia. Eis que chega o inesperado dia da demolição, dia 21 de Dezembro de 2011, na manhã desta quarta-feira iniciaram-se os trabalhos de demolição do Palacete, que em mais de 100 anos de história era pouco conhecido por muitos cosmopolenses e funcionários da própria Usina Ester.
Com auxílio de um trator foi retirada da cozinha do Palacete um imenso fogão industrial, que para sua passagem foi derrubada um grande pedaço da parede da cozinha. |
No final do mês de Novembro foi feita a remoção dos móveis do Palacete, que na sua grande maioria foram levados para cidade de Campinas. No majestoso Palacete ou casarão como também era chamado, havia muito bem conservados uma infinidade de móveis de madeira de lei vindos da Europa, diversos quadros retratando paisagens da região e pessoas da família, a objetos de arte como esculturas e um grande piano de calda. Pelo tamanho do Palacete e os mais de cem anos de história ainda restam muitos móveis a serem retirados antes da total demolição, os móveis estão sendo guardados em um local reservado e ainda essa semana serão transportados para seus locais de destino. Segundo a direção da Usina Ester poderá ser feita uma exposição com parte dos móveis e objetos do Palacete em local público em 2012, porém nada foi oficializado formalmente junto à prefeitura de Cosmópolis.
O "Palacete Nogueira" ou "Casarão" como também era conhecido, sempre foi motivo de curiosidade em Cosmópolis nos mais de 100 anos de história do Palacete. O motivo de tanta curiosidade era que a visitação e o acesso ao majestoso imóvel era restrito, e concedido a pouquíssimas pessoas, e na sua maioria muito íntimas e de total confiança dos donos da Usina. Até mesmo a limpeza realizada nas últimas décadas de existência do imóvel, era feita mensalmente por uma empregada que vinha da cidade de Campinas, a manutenção e eventuais consertos os serviços eram feitos por profissionais também de Campinas que prestavam serviços a família que reside em Campinas desde a fundação da cidade das andorinhas com a participação de muitos de seus ancestrais. Todo esse zelo, e digamos também desconfiança faziam crescer ainda mais a curiosidade do povo em conhecer o imóvel, freqüentado pelos proprietários nos finais de semana e feriados. Segundo o ex-funcionário da Usina Ester e motorista particular dos Nogueira, Aurélio Garcia (86 anos), em mais de 40 anos de serviço o máximo que entrava era na cozinha e no salão social para deixar malas de viajem e compras. Segundo Aurélio Garcia, os Nogueira sempre tratavam todos com muito respeito e educação, porém eram muito reservados na intimidade do lar, mais a segurança feita no casarão junto com a desconfiança surgiram depois de um roubo que aconteceu na década de 50 no Palacete, segundo nos relata Aurélio:
"Um dos chefes nomeados pelos donos da Usina, usava da intimidade com os chefes e o acesso ao casarão, para roubar vinhos e outras bebidas da adega dos Nogueira, assim como queijos, presuntos, salames e outros alimentos da despensa, que era muito farta. Ouve uma denuncia e os próprios donos pegaram o gatuno com o carro da Usina cheio de coisas roubadas. Descobriu-se que ele tinha até mesmo freguesia fixa para a venda dos produtos, com lista de encomendas e tudo mais. O porão onde ficava a adega, tinha de vinhos portugueses e franceses de safras diversas, grandes peças de presunto, salame e queijo. O mercadão de Campinas pertencia à família, então vinha de caixas e mais caixas de produtos ao palacete, por isso que não sentiam falta dos produtos roubados. Depois do ocorrido somente os Nogueira e a cozinheira tinham as chaves do Palacete, e essa desconfiança e receio permaneceu com o passar dos anos. A última vez que estive no Palacete como empregado da família foi em 1965, anos depois na época do golpe militar ficou durante muito tempo escondido no Palacete o governador Carvalho Pinto, que se escondia do governo militar e encontrou na Usina um exílio forçado para não morrer ou ter que sair do Brasil. Tem muita história aquele lugar, é triste a falta de respeito com a memória de nossa cidade, e mais triste ainda saber que se vai derrubar um Palacete luxuoso como aquele para se guardar bagaço de cana no terreno”. Finaliza indignado com a notícia da demolição.
Abaixo veja fotos de como era o majestoso Palacete na sua parte interior:
Antigo medidor de energia da "Companhia Paulista de Electricidade", década de 30. |
Piso hidráulico contrasta em diversos modelos nas áreas externas e internas do Palacete. |
Lavanderia e acesso aos quartos dos empregados. |
Entrada principal do Palacete. |
Parte superior do Palacete aonde de seu alto podia se ver toda as instalações da Usina Ester. |
A demolição do centenário Palacete Nogueira segundo a direção da Usina Ester, faz parte de um projeto de ampliação da área do armazenamento de bagaço de cana de açúcar, e com o aumento da produção e o crescimento da Usina a demolição do Palacete apenas foi sendo adiada com o passar dos anos, já que as demais casas de fiscais e gerentes que ficavam próximas ao Palacete foram derrubadas à anos para no local ser feito o armazenamento do bagaço de cana de açúcar das safras. No final da década de 90, foram derrubados as casas do diretor executivo e fiscal geral, ambas construções também imponentes e localizadas próximas ao Palacete.Também no mesmo ano da demolição das casas do diretor e fiscal, grande parte do terreno do Palacete foi diminuída, o enorme jardim que cercava a construção foi cimentado e as voltas do Palacete cercadas por muros. O ex-funcionário da Usina Ester, hoje aposentado, Antônio Padilha (76 anos), relembra quando na década de 50 ajudava na jardinagem do Palacete, e emocionado depois de saber da demolição nos relata um pouco de sua história na história do Palacete Nogueira:
"Igual a muitos colonos da Usina Ester, cheguei com minha família vindo da Usina Cresciumal em Leme-SP, na década de 40. Fiz de tudo na Usina Ester, trabalhei no corte de cana, de motorista, a escrivão no escritório, somente sai da Usina na década de 60 quando entrei na Rhodia aonde me aposentei. As lembranças que tenho do Palacete são várias, porém nunca tive a felicidade de entrar nas partes do Palacete onde moravam os donos, o máximo que nos permitiam e isso poucas pessoas, era a entrada na enorme cozinha do Palacete que ficava aos fundos junto as dependências dos empregados. Ajudei na jardinagem com meu irmão, quando na época o jardineiro por nome "Nirso" ficou doente. Os jardins cercavam o Palacete, e o jardim era todo projeto, existia uma grande caixa d'água que abastecia o Palacete e fazia a irrigação do jardim, que tinha duas grande fontes e nos fundos um lindo bebedouro ornamentado com anjos e um enorme leão que vertia água. No jardim existiam de rosas de variadas cores, a flores de várias espécies, e nos fundos o xodó dos chefes um grande orquidário. Lembro também que no porão do Palacete existia uma fantástica adega de vinhos, Whisky e cachaça, depois de um roubo que aconteceu na adega nem mesmo a cozinheira tinha a chave daquele tesouro, que somente era aberto por eles nas ocasiões especias de festas ou jantares. Poderia muito bem ser feito um museu da Usina no local, tenho certeza que toda cidade tinha a curiosidade de conhecer o Palacete, quanta gente que nasceu e morreu com essa curiosidade".Finaliza emocionado.
Abaixo fotos dos porões, jardins e dependências dos empregados.
Entradas de acesso aos porões do Palacete, onde eram guardados alimentos como queijos,salames e presuntos, e também era utilizado como adega de vinhos e outras bebidas. |
Parede da cozinha do Palacete derrubada para retirada de móveis e um enorme fogão. |
Saídas de ventilação e iluminação dos porões do Palacete Nogueira. |
Entrada dos funcionários e acesso também aos porões do Palacete. |
Muros que cercavam o acesso ao Palacete, ao fundo pode se ver a chaminé da Usina e ao lado a caixa d'água que abastecia o Palacete e também os escritórios da gerencia da Usina Ester. |
” Eu nasci na Colônia do Saltinho, meu pai também nasceu por aquelas bandas. Na Usina nasci, cresci e trabalhei mais de 40 anos da minha vida, trabalhei de motorista de trole (nome Paulista dado as antigas carruagens com vários acentos), onde meu serviço era levar professores da Usina para as colônias que havia turma de alunos, durante anos esse era meu serviço que comecei com 13 anos de idade. Quando já era moço comecei a trabalhar de ajudante de pedreiro e depois com a experiência dos anos pedreiro. No final da década de 60, meu último serviço na Usina antes de sair e entrar na prefeitura, foi à reforma do Palacete, ficamos mais de quatro meses na reforma. A minha turma ficou nesses quatro meses basicamente retirando os azulejos do Palacete, eram todos Franceses e revestiam os banheiros, cozinha e na parte de fora do Palacete eram revestidos por azulejos os pilares e acessos das varandas. Esses azulejos eram de um material muito fino e delicado, um senhor de São Paulo acompanhava todo serviço e contava todos os azulejos, a quebra de qualquer um ou a danificação era descontado do nosso salário, tinha muito azulejo por todo aquele Palacete, anos depois fiquei sabendo que aqueles finos azulejos de porcelana eram vendidos a preço de ouro. O jardim nessa época foi todo cimentado, e as fontes feitas de pedra foram as que mais trabalho nós deu, para retirada por causa do peso fora do normal. Lembro que existiam também uns imensos leões na entrada do Palacete, os vasos de mármore que ficavam no alto dos portões, deram uma briga danada entre os donos na disputada para quem ia ficar. Todo o material de ornamentos do Palacete era na sua maioria vindo da França, os tijolos e madeiramento vieram todos da capital. Na minha infância e mocidade era o sonho de muitos colonos e gente da cidade conhecer o Palacete, quando eu falava que estava trabalhando lá dentro ninguém acreditava. Quando derrubaram as casas do Ebeling e do Guilhermino (chefes da Usina que tinha suas casas próximas do Palacete) para no lugar guardar bagaço, na época foi falado que o Palacete seria o próximo, mais ninguém na cidade pensava que os donos da Usina teriam coragem de fazer isso, bem foi feito e demonstra bem o amor que eles têm pela história de Cosmópolis e por nossa cidade".
Entrada de fiação de energia, o Palacete foi um dos primeiros da cidade e a usar os serviços da "Companhia Paulista de Electricidade" |
A demolição iniciada nesta quarta-feira começou a ser feita com a remoção das várias janelas, portas e ornamentos de madeira que revestiam o Palacete em seu exterior, e para mais fácil acesso e segurança nos trabalhos foram derrubadas algumas paredes para retirada de móveis e utensílios da cozinha. Segundo a direção da Usina Ester a total demolição do Palacete será feita ainda nessas últimas semanas do mês de Dezembro, e havendo algum imprevisto no máximo será concluído ainda na primeira semana do mês de Janeiro. Com a demolição do Palacete, cerca de 1500 metros que faziam parte da construção e jardins do Palacete serão utilizados já na primeira safra de 2012 para o armazenamento do bagaço de cana de açúcar. O bagaço de cana de açúcar é utilizado na produção de energia elétrica nas Usinas de todo o Brasil, e é chamado por Usineiros como "sucroenergético", ou seja, tudo é aproveitado e vira dinheiro e bons lucros. Na Usina Ester esse bagaço é utilizado na produção de energia consumida nas dependências da usina, e outra parte de deste bagaço de cana de açúcar é vendido para indústrias de aglomerados para fabricação de móveis e a indústrias de ração animal. A demolição do Palacete estava em estudos desde a década de 90, nesta mesma época foram derrubados outros casarões de igual importância histórica que ficavam próximos ao Palacete, os casarões Ebeling e Guilhermino Nogueira como eram conhecidos pelo povo cosmopolense. O Palacete foi construído em uma posição estratégica para o fácil acesso a Usina e para observar e fiscalizar a mesma pelos donos, do ponto mais alto do Palacete podia se ver toda a Usina e até mesmo a cidade de Cosmópolis. Com o crescimento da Usina e o aumento da produção o Palacete se tornou um obstáculo já na década de 60 no escoamento da produção, e acabou sendo inevitável sua demolição no ponto de vista da administração da Usina que em menos de 20 anos já demoliu grande parte de suas construções históricas, segundo as diretrizes da empresa essas demolições são necessárias para aumentar a produção e seguir o progresso industrial.
Conheça a História do Palacete Irmãos Nogueira.
25/01/1926...Palacete irmãos Nogueira, na sacada do imóvel Paulo de Almeida Nogueira e os filhos Paulo Nogueira Filho e José Paulino Nogueira. |
Arquiteto e engenheiro Ramos de Azevedo (Nasceu em São Paulo em 08/12/1851 e faleceu em 01/08/1928 ) |
No momento que Ramos de Azevedo aceitou o convite dos Irmãos Nogueira, começava a surgir Cosmópolis das terras do pasto do fundão e Fazenda Funil. A importância e fama de Ramos de Azevedo, fez com que no final do século 19 ele cria-se um escritório na capital de São Paulo, surgia o "Escritório F. P. Ramos de Azevedo e Cia", com inúmeros arquitetos e engenheiros trabalhando em conjunto com Ramos, como os arquitetos Ricardo Severo e Dumontt Villares. Em 1905 é inaugurada em Cosmópolis a Usina Ester, sendo o projeto do engenho central (como era chamado na época a Usina) um projeto do escritório de Ramos de Azevedo. Como era costume na época Ramos de Azevedo criou o projeto e a supervisão da obra coube ao também consagrado arquiteto Dumontt Vlllares, que na construção da Usina chegou a residir na "Villa de Cosmópolis". A obra feita por colonos italianos e mão de obra local, foi realizada pela "Construtora Demoulin" de São Paulo e foi iniciada em 1899, e oficialmente inaugurada em 29/11/1905.
Anos depois da inauguração da "Usina Esther" em 1908, a presidência do grupo é assumida por Paulo de Almeida Nogueira, visionário e com novas idéias foi o criador do projeto das primeiras colônias da Usina Ester feitas em alvenaria, (na época grande parte das casas de colonos eram de madeira) o projeto criava as colônias de alvenaria e junto às casas um grande espaço (quintal) para o plantio de alimentos e criação de animais de pequeno porte para alimentação, como porcos e frangos. Em 1909, Paulo de Almeida Nogueira e o Major Artur Nogueira contratam o engenheiro Ramos de Azevedo e seu escritório para a construção da nova casa dos Nogueira na Usina Ester, existia uma pequena e modesta casa feita no inicio dos desbravamentos das terras da Fazenda Funil, e aquela pequena casa não comportava as constantes visitas de importantes figuras públicas como presidentes, senadores, ministros, secretários e Barões que visitavam a Usina que já surgia como uma das maiores e mais modernas do Brasil na época. Com projeto oficial de Ramos de Azevedo, começa em 1909 a construção de uma das construções mais luxuosas da região, e símbolo de status e poder da família Nogueira junto a Usina Ester. Os matérias da construção na sua grande maioria vieram da Europa, como vitrais, mármores, as louças dos quatro banheiros, os azulejos Franceses, as grades e proteções em ferro forjado, as fontes e os leões, entre outros materiais extremamente requintados e de alto valor. O madeiramento e tijolos vieram todos da capital Paulista, aonde Ramos de Azevedo era proprietário de Olarias e carpintarias, e todos seus projetos utilizavam os produtos das mesmas nas quais ele era proprietário. Em 1912, um grande ciclone passou nas terras da Usina Ester, destelhando e destruindo grande parte da construção do Palacete, e também destruindo várias colônias como na época a colônia do ranchão que teve suas casas totalmente arrasadas pelo ciclone. Em Novembro de 1914, depois de vários contratempos o Palacete é oficialmente inaugurado com uma fantástica festa que reuniu diversas autoridades, próximo ao Palacete até mesmo foi construído um coreto para em dias de festa como o da inauguração pudesse ficar a "Corporação Musical da Usina Ester". As comemorações de inauguração tiveram a presença do arcebispo de Campinas Monsenhor Antônio Pereira Reimão, que realizou a benção do Palacete, em seguida para convidados ilustres foi realizado um grande almoço no Palacete.
1926...Paulo de Almeida Nogueira, Ester Nogueira e Paulo Nogueira Filho, no Palacete Irmãos Nogueira. |
01/11/1933..Diretoria da "Associação esportiva e musical Usina Ester" em uma reunião no Palacete Irmãos Nogueira. |
O tal progresso, a falta de respeito a memória e história cosmopolense podem ser os culpados a esse crime a história da cidade de Cosmópolis e a história do Estado de São Paulo. O certo ou errado de tudo isso é que ainda no mês de fevereiro o local já servira como deposito de maquinas e armazenamento do bagaço de cana de açúcar, no local nada mais existira a futuras gerações para saberem da grandiosidade e importância do Palacete que aquele solo abrigou, esperamos que ao menos através de histórias escritas e fotos como que aqui fizemos nesse registro no blog, este Palacete ainda possa ser lembrado e sua memória perpetuada então, infelizmente somente assim em escritos e fotos hoje essa história pode ser conhecida e lembrada por todos. Finalizo essa postagem matéria com os disseres:
"Aqui jaz o Palacete Irmãos Nogueira novembro de 1914 / 21 de Dezembro de 2011, saudades daqueles que um dia cresceram e sonharam em um dia te conhecer, lembranças e histórias daqueles que te conheceram estas nunca serão derrubadas ou esquecidas".
Texto e pesquisa: Adriano da Rocha
Fotos: Eduardo Ketelhuth
Entrevistados: Aurélio Garcia, Antônio Padilha e Manoel Gonçalves (Nêca)
Fotos de Acervo: Acervo Adriano da Rocha, Acervo Usina Ester, Acervo família Nogueira e criação de arte Compadre Ancermo (foto Ramos de Azevedo).
Os Nogueiras nunca se importaram com Cosmópolis. O interesse sempre foi o de manter a cidade como colônia, objeto de exploração. As provas têm séculos de história e se mantêm.
ResponderExcluirOlá, Adriano!
ResponderExcluirVamos habilitar link para este maravilhoso site sobre nossa Cosmópolis de sempre. Parabéns! Edson Leite
É UMA TRISTEZA UMA CIDADE NÃO PRESERVAR SUA HISTÓRIA, COSMÓPOLIS SE DÁ O LUXO DE DESTRUIR OS REGISTROS SÓLIDOS QUE MARCOU A VIDA DE MUITA GENTE. COSMÓPOLIS SEM MEMÓRIAS
ResponderExcluirEntrei neste casarão num dia histórico para mim. Eu trabalhava na Prefeitura e fui convidado pelo Paulo Nogueira, o primeiro executivo federal na área ambiental, para um encontro com seus alunos e mais alguns convidados. Entre eles, estudantes da USP, estava o Amir Klink.
ResponderExcluirQuando saímos para um passeio, Paulo Nogueira disse para eu me sentar a seu lado. Sou testemunha (e não me importo se alguém duvida de mim) da sua decepção ao ver os estragos que os administradores da Usina Ester faziam já naquele início dos anos 90. Disse-me que, por ele, as terras da Usina seriam uma mata só. Mas, os outros sócios e descendentes tinham outra cabeça.
Para quem não tem conhecimento do que foi seu trabalho na Secretaria Nacional do Meio Ambiente (creio que o nome era este), o primeiro ato de Paulo Nogueira Neto foi a transformação do Matão em reserva ambiental.
Pelo estilo submisso que, a meu ver, tomou conta dos cosmopolenses, qualquer dia transformam o matão em mais uma touceira de cana de açúcar.
http://www.dospires.com.br/heranca_ambientals.html
Sou natural de cosmópolis, a família de minha mãe esteve sempre aqui, a do meu pai veio um pouquinho depois.
ResponderExcluirVer isso tudo me faz pensar que cada vez mais as pessoas deixam de educar seus filhos para futuras gerações.
Falta de respeitoso dos filhos dia dono da Usina com o passado da família
ResponderExcluirAté eu que cheguei em Cosmópolis em agosto de 1996, lendo a historia me senti dentro do palacete como se eu tivesse vivido ali nos anos de 1926.
ResponderExcluirPena que se não tivessem demolido, poderia ser um ponto turístico da cidade.