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Antiga casa da dona Maria Costa Couto,lugar de muitas histórias e lendas...por Adriano da Rocha |
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terça-feira, 25 de outubro de 2011
sábado, 22 de outubro de 2011
Dia da Praça
Neste dia 22 de Outubro entre tantas comemorações cívicas do dia, como o dia do paraquedista, dia de combate a gagueira, dia internacional do radioamador, destacamos o dia da praça. Dia pouco lembrado por grande parte da população e pelo poder publico de muitas cidades. Em Cosmópolis existem cerca de 20 praças de uso público espalhadas por todo perímetro urbano da cidade, praças de grande porte para realização de eventos, a pequenas praças de parada para um descanso sobre a sombra de uma árvore. Toda praça tem sua história, seja essa história dentro da vida de uma pessoa, ou na história de toda a população. Afinal em uma praça muita coisa pode acontecer, desde encontrar amigos para uma conversa, dar risadas, dançar e cantar, ou o surgimento de um novo amor. No dia da praça ,nossa equipe esteve na praça símbolo de Cosmópolis durante mais de 100 anos,a praça “Major Artur Nogueira” ou simplesmente como é conhecida por muitos cosmopolenses: A “Praça do Coreto”.
A região onde está localizada a praça foi caminho de bandeirantes em busca do ouro no século 16 e 17, pouso de tropeiros e viajantes que vinham do Campinho de Mato Grosso (futura vila de São Carlos e atual Campinas) com sentido a capital do estado na época Piracicaba. Em 1896 começou a surgir como praça quando funcionários da "Cia Funilense" construíam a estação inaugurada em 1899, (a estação era abaixo da praça,e foi demolida na década de 70).Em 2006 a praça foi parcialmente "reformada",e nessa “reforma” demolido um dos marcos da história da praça e de Cosmópolis,o grande chafariz em forma de tulipa que ficava no centro da praça (chafariz construído e inaugurado em 1955).
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1956...Foto tirada um ano depois da construção do chafariz da praça e do novo coreto. |
2011...Vista da praça pelo coreto,repare o imenso espaço deixado com a demolição da fonte em 2005. |
A demolição segundo a administração da época foi feita para melhor dispor a praça para grandes eventos e festas, o local foi pavimentado com pedras portuguesas e grande parte dos bancos da década de 50 foram destruídos, os poucos que sobraram se mantiveram "intactos" depois de grande mobilização do "Grupo Filhos da Terra" contra esse crime ao patrimônio cosmopolense. No plano de reforma da prefeitura o chafariz seria mantido em outro local, porém a incapacidade e a falta de preparo de funcionários e fiscais da prefeitura acabou destruindo a tulipa que enaltecia o chafariz e a praça.
Existiam mais dois chafarizes iguais o da praça do coreto no largo da matriz de Santa Gertrudes, os mesmo foram destruídos na modernização da praça no inicio da década de 90, pelos mesmo responsáveis da reforma da Praça do Coreto.
A “reforma” realizada no coreto na época, foram feitos: o fechamento dos banheiros e sala de som do antigo serviço de alto falantes “A voz do Município”, a mudança do piso da área interna por um piso de notável má qualidade,foram arrancadas todas as arandelas e luminárias de ferro forjado que pertenciam ao primeiro coreto da década de 30, e substituídos por canaletas de alumínio com lâmpadas fluorescentes, os tijolos vazados de cerâmica esmaltada que dividiam os banheiros todos arrancados, e todo o telhado foi trocado por novas telhas diferentes das originais.Tudo feito sem nenhuma necessidade, já que todo material estava em perfeito estado, mesmo com os mais de 50 anos de exposição e uso, e no caso por ser o local um patrimônio histórico da cidade deveria ser feito um restauro da construção,e não demolição e substituição dos materiais por outros que descaracterizaram o projeto original de 1955.Foi construído nesta reforma na parte da Avenida Ester, um ponto coberto e fechado para os taxistas da praça,ponto este que existia na rua da praça desde a década de 40.
A praça hoje em 2011.
Passados mais de 10 anos da “reforma” nada mais foi feito e nenhuma outra reforma foi realizada na praça, calçadas cheias de buracos e deformidades,todas as árvores do calçamento da Rua Campinas foram cortadas ficando os buracos das mesmas como uma armadilha para os pedestres.As pedras portuguesas do calçamento onde existia a fonte e em toda a praça,devido às festas realizadas no local (festa do imigrante,Aniversário da Cidade entre outras) estão cobertas de sujeira de gordura das barracas de alimentação das festas e sujeira pela passagem freqüente de pedestre.Os bancos na sua maioria da década de 50, tem pichações e alguns estão parcialmente destruídos em atos de vandalismo.Algumas luminárias foram arrancadas para colocação de coberturas para festas,e a anos estão jogadas no chão da praça próximo aos bancos,sofrendo oxidação e enferrujando expostas as chuvas.
Antigo poste de iluminação da década de 50,abandonado a anos no chão da praça. |
Base de iluminação desativada,umas das várias da praça retiradas para realização de festas. |
Um dos poucos bancos originais da inauguração da praça em 1955. |
Vários buracos feitos e madeiras pregadas nas paredes do coretos para se fixar cartazes de eventos da ''secretária de cultura". |
Buracos,pichações e infiltrações fazem parte das paredes do coreto |
O coreto não sofreu apenas com a reforma de anos atrás, sofre ainda mais hoje com o descaso e abandono em que se encontra.Sua estrutura externa em grande parte tem pichações,e diversos buracos foram feitos para se fixar cartazes de eventos da secretária de cultura,e outros buracos feitos para o apoio de sustentação de lonas de cobertura das festas que acontecem na praça.A pintura descascada, é motivada pelas várias infiltrações na estrutura externa e interna do coreto.
Entrada do coreto,o relogio de força está aberto, pichações e infliltações tomam conta das paredes. |
A subida para se chegar à parte superior do coreto,tem os degraus cobertos de restos de fezes de moradores de rua que dormem a noite no coreto, o cheiro chega a ser insuportável e as condições do local quase desumanas para uma pessoa em sã conciência viver saudavelmente.Os pisos da escada de acesso na antiga reforma foram todos arrancados e não assentados novamente,mostrando claramente o caminho de sujeira de restos fecais na escada.
Escada de acesso a parte superior do coreto,restos de fezes humanas deixam o local com um mau cheiro insuportável . |
Cama improvisada por moradores de rua que dormem no local. |
Área demarcada por marginas no piso do coreto. |
Segundo populares e comerciantes próximos, travestis e prostitutas também usam o coreto para manter relações com seus clientes durante a noite, acontecendo diversas brigas e discussões entre moradores de rua que dormem no local.Segundo a Guarda Municipal várias rondas são feitas durante toda a noite na praça,efetuando apreensões de drogas e de infratores pichando o patrimônio público,sobre a questão da prostituição a guarda afirma que diminuiu este ano depois de diversas operações feitas nas imediações.Porém muitas prostitutas e travestis vêm de outras cidades como Artur Nogueira e Paulínia para usar o coreto como ponto, isso acontece devido à grande quantia de funcionários das refinarias de Paulínia que moram em republicas e pousadas próximas da praça,(em algumas casas chegam a morar mais de 50 pessoas, transformando casas simples em alojamentos para diversos operários).A maioria trabalha de dia nas empreiteiras e refinarias de Paulínia,e a noite frequentam bares na região da praça e utilizam os caixas eletrônicos dos bancos da Avenida Ester para saques e depósitos (na área da Petrobras não existem caixas do Itaú e Bradesco) ,chamando atenção de prostitutas pela movimentação do local.
O problema da prostituição surgiu na década de 60 com a instalação da Petrobras em Paulínia, e o surgimento de vários barracões desativados de tecelagens como alojamento para funcionários da refinaria, criou-se então no local um meio de se ganhar dinheiro fácil com a prostituição.Com o passar dos anos junto à prostituição surgiu o trafico de drogas e com isso o aumento da criminalidade na região da praça,por dependentes praticando furtos para o uso de drogas.
Instalação elétrica totalmente danificada e inutilizada por marginais,deixando o lugar sem nenhuma iluminação a noite. |
Local onde ficava uma das antigas luminárias de ferro forjado, hoje um buraco aberto para a infiltração de água. |
Um dos pilares de sustentação das grades do coreto com sua estrutura toda danificada.Uma breve ameaça de desabar a qualquer momento. |
Portão de acesso a parte superior do coreto.O local é usado como banheiro a noite. |
As praças em uma cidade humanizam a todos independente de etnias, condições sociais, idade, religião ou partido político, nelas idosos passeiam e jogam cartas, crianças brincam, namorados se beijam, e amigos conversam sobre todos os assuntos.
"Uma cidade sem praças não é uma cidade, e sim um corpo sem alma, sem vida e sem valor, é a praça a alma de uma cidade o símbolo maior do respeito de seus governantes ao povo".Ancermo
A atual administração fez um excelente trabalho de revitalização em diversas praças de Cosmópolis,reformando e reconstruindo muitas praças abandonadas na cidade.Foram criados novos espaços nas praças, e instalados brinquedos paras as crianças e equipamentos de ginásticas para jovens e idosos, novas praças foram criadas em bairros antes esquecidos pelo poder público.
Porque ainda nada foi feito na primeira Praça de Cosmópolis, a praça do coreto ?
São mais de seis anos de abandono do coreto, e de toda a praça que é o um dos poucos símbolos históricos que ainda restam em Cosmópolis. Um símbolo de um passado de glórias e de progresso, história pouco conhecida por muitos jovens e novos moradores da cidade.A triste realidade da praça é motivo de indignação de Filhos da Terra, que apenas vêm autoridades publicas e políticos na praça em dias de festas e grandes eventos.
A praça do coreto pede socorro,ou será mais um patrimônio cosmopolense destruído pelo progresso que torna Cosmópolis a cada dia uma cidade satélite da vizinha Paulínia?
Grupo Filhos da Terra
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1934.. Inauguração oficial da praça Major Artur Nogueira. |
quinta-feira, 20 de outubro de 2011
DESCASO COM O PASSADO.
Centenário casarão é demolido para dar lugar a pousada.
Texto: Adriano da Rocha Fotos:Andrei Manita |
Em demolição depois da venda pelos proprietários para construção de uma pousada no local. |
As várias janelas que davam destaque na arquitetura da casa,estão cobertas entre os entulhos . |
Fachada totalmente coberta de entulhos |
Casarão redondo em demolição na Rua João Aranha, causa a tristeza de muitos que passam na rua. |
A "casa redonda" como era conhecida por muitos na cidade, é uma construção dos áureos tempos da estação de trem Sorocabana (demolida na década de 70), estação essa que ficava na frente do casarão, local onde hoje existe a "praça" do "Relógio do Sol". O casarão moderno para os padrões da época foi construído no inicio do século passado para uma família de Alemães, que chegava à cidade em busca do progresso do então distrito pertencente a Campinas, que crescia a cada dia sobre as margens da estrada de ferro e da indústria agrícola da cana de açúcar e das tecelagens. A construção criada no estilo "neoclássico" era uma referência em Cosmópolis dos tempos da estação de trem e principalmente na história do "Bairro da Barroquinha”, nome dado ao lugar por existir um grande barranco de terras que foi aberto pela Companhia Funilense em 1896 para a passagem dos trilhos dos trens da estação inaugurada em 18/09/1899 pela “Cia Agrícola Funilense” (estação inaugurada com o nome de Barão Geraldo, nome de Cosmópolis até 1905).
Vista do casarão no alto da praça Major Artur Nogueira (Praça do Coreto). |
Rua João Aranha nº 391,ficará na lembrança de muitos filhos da terra. |
Nos mais de 100 anos de história do casarão vários proprietários passaram pelo imóvel, foi casa de subprefeitos da cidade nos tempos de distrito de Campinas, foi escritório de uma "grande tecelagem" da cidade que ficava ao lado do casarão (onde hoje funciona uma loja de roupas) sendo casa do proprietário da indústria e sua família. No casarão passaram diversas famílias conhecidas da cidade,no quarto central do casarão muitas crianças nasceram pelas mãos de parteiras como a famosa Guilhermina Kowalesky, e também do Doutor Nicolau Nolandi. Era costume antigamente na cidade fazer os partos em casa, e nos casos mais graves ou mais difíceis com a ajuda de um chofer de praça o parto era feito no distrito de Barão Geraldo, onde surgia o centro médico.
Poucas janelas ainda restam inteiras, as janelas que acompanhavam o formato da casa pertenciam a sala da casa e o escritório. |
Adicionar legenda |
A estrutura original ainda estava "totalmente intacta", mesmo com as diversas reformas feitas durante as passagens de donos e inquilinos se manteve o estilo original da construção. Nos tempos da construção do casarão os jardins das casas eram nos fundos e nas voltas da casa, na década de 60 os proprietários mantiveram o jardim dos fundos e criaram mais cômodos ao lado da casa, onde era uma tuia, (uma espécie de deposito muito usado nas casas Paulista antigas). Nos fundos ainda existia um poço desativado e um velho rancho onde se recolhia os cavalos usados nos troles e charretes dos antigos proprietários.O casarão também possuía um porão (como se fosse um andar subterrâneo embaixo da casa), o grande porão era usado antigamente para se guardar mantimentos, lenha e objetos de uso dos donos da casa.
Uma das saídas de ar do porão do casarão, uma das poucas não cobertas por entulhos da demolição. |
Abaixo algumas fotos antes da demolição.
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Escola Pro-Ensino durante anos foi locatária do casarão redondo...foto acervo Odair Camargo. |
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Hoje as fotos da escola que a meses atras eram consideradas atuais,hoje já são parte de um acervo do passado. Foto acervo Odair Camargo |
Antes da venda e demolição do imóvel, o casarão esteve alugado para uma escola de cursos e supletivos durante anos, ensinando e formando diversos alunos no casarão em que nos seus vários cômodos funcionavam as salas de aulas, e nos fundos a aérea de lazer dos alunos. A escola reformou diversas vezes o casarão,mais sempre mantendo a construção original, realizando reparos e pinturas que preservavam o antigo casarão.Em nosso Facebook o ex inquilino Odair Camargo, dono da escola que durante anos manteve sede no casarão desde a década de 90, deixou um comentário emocionado sobre uma postagem feita sobre a demolição do casarão:
"Lutamos para que se mantivesse o prédio e a história de cosmópolis, mas a resposta de nossas autoridades foi: "Não temos dinheiro para investir nesse imóvel", segundo o antigo proprietário nos dizia. Porém para se investir em shows que durão em média 1:30h de diversão para isso se encontra dinheiro. Patrimônio histórico e cultural só fica gravado na memória e nas fotos em Cosmópolis. Somos um povo sem passado, ou melhor, temos os tijolos jogados ao chão! Isso é Cosmópolis!"
O casarão sempre chamou atenção de todos que passavam pela Rua João Aranha, fosse indo para Limeira, Artur Nogueira ou simplesmente por passar na movimentada rua próxima a praça. Sua imponência e elegância,deram lugar a centenas de quilos de entulhos da sua demolição espalhados pelo local que foi um dos casarões mais admirados por seu passado e arquitetura,fazendo parte da memória cosmopolense.Mesmo com a importância histórica para a cidade de Cosmópolis,nada foi feito pelos órgãos públicos e demais autoridades para a preservação do casarão centenário.Pela localização do casarão em uma das principais ruas da cidade,a demolição e o descaso com a história da cidade é vista aos olhos de uma grande parte da opinião publica que não ignoram a questão.Muitos comentários de indignação foram feitos durante toda a semana sobre o assunto em diversos perfis de redes sociais.Em nossa pagina e no perfil do Facebook inúmeros comentários foram feitos,em todos a indignação e a revolta é clara,aonde estão nossas autoridades?O que faz realmente a secretária de cultura em Cosmópolis?
Realmente é muito triste para todos que amam, e prezam por Cosmópolis ver isso acontecer. Esse ano foi demolido o "Cine Teatro Avenida" e nada foi feito para impedir tamanho desrespeito com a história da cidade, enquanto isso se gastava um bom dinheiro com ditos “projetos culturais” de cinema e curta metragem, certa ironia até, enquanto era derrubado o cinema eram feitas amostras de filmes em um salão improvisado. O tal progresso e a ganância imobiliária juntos com a falta de capacidade política mais uma vez estão levando consigo a história de Cosmópolis.
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